quinta-feira, 21 de abril de 2011

Mas a gente ainda ama vocês

Eu refletia agora a pouco sobre o nosso crescimento. Cheguei à conclusão, leitores, que o ganho de números anteriores a palavra “anos” nos divide. A idade chega e a gente deixa de ser “família”, ou melhor, deixa de ser “apenas família”.

Como isso que eu acabo de escrever é pensamento, muitos de vocês podem não tê-lo entendido, então vou explicá-lo.

Crescemos, e vamos nos tornando indivíduos sociáveis e, nesse desenrolar, surgem os tais conflitos familiares.  Quando bebês a família é nossa sociedade, ela é o nosso melhor amigo. Afinal, não conhecemos ninguém além dela. A família ta ali só pra nos dar amor, mesmo que a única coisa que fazemos e chorar pra mamar e pra limparem nosso bumbum. Vamos pra escola e conhecemos crianças que passam a ser nossos colegas, mas não amigos, pois não temos a capacidade de identificar um amigo. Dessa maneira a família ainda é o nosso amparo, o nosso melhor amigo. A pré-adolescência é confusa, e nela acreditamos ter amigos. Por isso, é nesse período que começamos a nos rebelar contra nosso “porto seguro”.  Mas é na jovialidade que vivemos grandes conflitos, já que encontramos pessoas capazes de ocupar um lugar que antes era só da família. Tanto que alguns amigos são até denominados como irmãos! E mais a frente, na vida adulta, conhecemos alguém que se torna tão da família que o chamamos para construir uma família, e casamos.

E nesse contexto que aqueles que limparam nosso bumbum quando chorávamos vão ficando desconsolados, pensando que a gente os trocou. O que não sabem é que agente os ama com todo o amor do mundo. Só que mudamos, crescemos e passamos a valorizar outras coisas. Mas a todo momento estamos os amando. Estamos pensando como eles reagirão a certas atitudes nossas, e no fundo sabemos que eles são tudo pra nós. Afinal, somos tudo pra eles. Ah, família, custa compreender que a gente cresceu? Parece que sim.

Talvez eu compreenderei essa dor de perda que a família demonstram ter quando meus filhos crescerem também. Mas, sabe, espero que eu ainda possua esse texto nos meus arquivos. Assim poderei me enxergar nos meus filhos e, quem sabe, compreendê-los melhor.

Por: Raissa

Um comentário:

  1. essa é uma das maiores verdades que eu já li!
    há pouco tempo discutia isso com uma amiga, essa coisa de a família não compreender certas atitudes nossas... depois a gente chegou a conclusão de talvez seremos exatamente como a nossa família quando (e se) tivermos uma um dia. Tomara que nesse dia eu lembre desse texto, então...

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