quarta-feira, 6 de abril de 2011

Um livro livre de preconceitos

Hoje terminei um livro. Ele me mostrou que algumas coisas ditas e pensadas por mim eram envoltas por uma bagagem meio apodrecida, digamos que seja pela obsolescência que essa “bagagem” carrega. O autor Marcos Bagno, em seu livro “Preconceito Lingüístico” abriu minha mente para diversos pre(conceitos) que eu tinha sobre a nossa língua, e, que eu submersa na visão propagada pelas escolas de Ensino Médio, focadas nas aprovações para vestibulares, nem acreditava que os possuía.

O livro me demonstrou que os meus erros gramaticais não são erros. Mas sim uma tentativa de acertar. Já que quando nos equivocamos ao nos expressarmos não temos essa intenção. Com apenas isso o livro já me encantou, pois me possibilitou enxergar uma versão dos meus erros, ou melhor, tentativas de acerto que eu não conhecia. Essa interpretação me fez escrever sem medo de errar, engrandeceu minhas “asas discursivas”.  Bagno fala e prova o quanto em nosso país são propagados mitos sobre a língua. Um exemplo: “Português é muito difícil”. E, além de desmitificar seus leitores, faz questão de mostrar a nós como seriamos mais “íntimos” da língua portuguesa caso não estivéssemos envoltos por esses mitos (os quais eu chamei de bagagem obsoleta).

Na página 138 o autor nos faz a seguinte proposta: “Vamos abandonar, portanto, a idéia (preconceituosa) de que quem escreve ‘tudo errado’ é um ‘ignorante’ da língua. O aprendizado da ortografia se faz pelo contato íntimo e freqüente com textos bem escritos, e não com regras mal elaboradas ou com exercícios pouco esclarecedores. Ao recebermos um texto escrito por alguém (ou ouvir alguém falar), vamos procurar ver, antes de tudo, os detalhes de como ele/ela está se comunicando.”

Marcos Bagno depois de desfazer nossa “bagagem obsoleta” nos concebe a mala para montarmos uma nova bagagem lingüística. Indica e “desindica” autores e nos dá conselhos sobre como começarmos uma mudança no quadro lingüístico brasileiro, que possui um preconceito que começa na sala de aula e chega até a sala de TV.

“Preconceito Lingüístico” foi o primeiro livro indicado pelas professoras do curso de comunicação social-jornalismo da UFG que eu consegui ler e gostar por completo. Por isso, achei que seria interessante indicá-lo ao meu recente público.  Fica a dica!

                                                                                                                                    Por: Raissa

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