quarta-feira, 29 de junho de 2011

O cara, mais conhecido como: “final de semestre”

Por: Raissa

No final das contas tudo fica pro tal “final de semestre”! Este ano muitos entraram na faculdade e tiveram a oportunidade de conhecer o “final de semestre”. Bem que após conhecê-lo creio que seria preferível, a grande maioria, não ter conhecido esse cara.
É trabalho pra cá, prova pra lá, nota vermelha aqui, nota azul ali (bem próxima, na carteira ao lado), possibilidade de cola acolá... E assim vai. O quase calouro, sonhando em se tornar um veterano, fica louco, estressado, com vontade de estrangular o professor de calculo ou, talvez, a professora de antropologia e por que não extinguir logo de vez a anatomia. Faculdade não é brincadeira!
Os professores do Ensino Médio contam uma fantasia, mas o “final de semestre” está aqui para mostrar que a realidade é muito diferente.
Os primeiros meses são folga, mata aula quem quer, o professor finge que você não existe e você faz o mesmo com ele (claro)! Um pessoal sai pro intervalo e esquece de voltar, uns decidem ir pra pamonharia, já outros matam aula na sala mesmo (dormindo ou utilizando a tecnologia wi-fi). E num dia qualquer você, passeando pelo campus, encontra a Alice e descobre que a Universidade é o tão sonhado “País das Maravilhas”!
Chega em casa pensa em estudar, olha pra cama, deita (só pra tirar uma soneca de quatro horas, afinal almoçar cansa). Acorda, respira, entra na internet (vida social é muito importante), faz um lanchinho, vê tevê e quando olha no relógio: 22:00! Hora de dormir outra vez! Irrul!
MAS, os meses passam as provas vão acontecendo.  Você percebe que o professor não dá a matéria direito e que por isso você deveria estar estudando desde o início do semestre. Final das contas: já é final de maio início de junho e seu histórico esta cheio faltas e notas vermelhas! Sem falar nos 6 trabalhos, 4 seminários, 17 relatórios e 9 resumos que você fez, mas não os levou tão a sério e sua possibilidade de ser salvo por notas extras se esvaiu!
E desse modo, um cara chamado “final de semestre” acerta com um só pontapé vários traseiros. Os calouros acordam e descobrem que a Alice não existe e que o “País das Maravilhas” fazia parte do marketing do colégio no qual fizeram Ensino Médio.
À tarde, bate a decepção, junto com ela a mão da sua mãe, na porta do seu quarto:
- Entra Mãe.
-Fez as malas filha?
-Quais?
-Semana que vem vamos sair de férias! Esqueceu?
-Não esqueci, mas acho que não vai dar pra eu ir, tenho curso de férias.
-Que lindo, filhinha. Vai estudar nas férias?!
- Não, bombei em algumas matérias e...
É pessoal, final de semestre é foda! Mas Fiquem calmos, consolem-se, esta acabando!
Nota da autora: MAS daqui seis meses tem mais. Ou melhor, todo “final de semestre” tem mais!

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Quem sou eu?

Por: Raissa

Imagino-me numa floresta de palavras correndo de um velhinho, cujo nome é Clichê. Ele é milenar, e tomou conta do universo dos textos, livros, músicas e artes visuais. Tudo hoje é um clichê. O pesadelo do clichê extravasa a imaginação, cai na realidade. Corro mais que as pernas me permitem, e mesmo assim me tropeço e o velhinho me prende dentro da casa clichezenta dele. Presa lá, só escrevo releituras personalizadas de tudo o que li um dia. Quando me vejo no espelho estou com um crachá: “Oficial de clichê 4.785.264.98-7: Raissa Moura”. Corro pra porta, grito muito, dou socos e chutes, estou presa!

E, caros leitores, talvez eu esteja presa na casa do velho. Mas para tentar burlar “o sistema clichê de ser”, pretendo tentar me encontrar neste universo gigantesco de vozes ao qual todos nós estamos inseridos. Então, lhes convido para essa busca!

É impossível termos uma essência criativa sem “contaminações” na atualidade. Pois, pensem comigo: temos acesso a quase tudo que foi e é escrito no mundo  a partir de um clique! Com isso somos atravessados por uma imensidão de essências criativas, já infectadas por outras. Hoje, ser incontaminado na criação textual é quase tão impossível como não ser miscigenado no Brasil. Todos somos uma fusão de raças, assim como uma fusão de criação dissertativa e artística. E, quando penso assim, logo me vem a pergunta (cercada por luzes brilhantes) na cabeça: como não ser uma “oficial de clichê” no contexto no qual estou inserida?
Talvez a resposta seja a originalidade. Mas a minha originalidade já não é um mix de várias outras? Sim, ela é! Só que é um mix feito por mim. Relativo aos meus gostos, e é isso que o faz original. Os meus gostos, são meus e ponto(.)

É a partir do devaneio do parágrafo anterior que suspiro e digo: “Ufa, é possível não utilizar esse crachá! Basta tentar”. Então descubro que o desespero é em vão. Pois com maturidade, vamos nos descobrindo criativamente. Vamos enxergando a facilidade de sermos nós mesmos, mesmo sendo um pouco dos outros. Isso, porque só utilizamos dos outros aquilo que pode ser nosso, que se encaixa no nosso gosto.

É tipo assim: por mais que eu goste de cabelos encaracolados eu nunca os terei, pois não são originais a mim, ficam falsos, já que meu cabelo é liso. Assim, os cachos serão sempre algo que eu admirarei, mas não terei. Assim são os jargões utilizados em um texto ou na fala. Os que eu utilizo são originais a mim, pois eu os adquiri com o tempo. É visível quando, em discursos, políticos utilizam palavras pomposas que não fazem parte de seu vocabulário. A originalidade é gradativa, com o tempo vamos formando a nossa. Então não tem o que temer, a menos que a sua ou minha originalidade seja ser um clichê. Acontece, afinal: quase tudo é possível!

Resumindo: a nossa originalidade nasce, até mesmo, dos clichês alheios!

quinta-feira, 21 de abril de 2011

Mas a gente ainda ama vocês

Eu refletia agora a pouco sobre o nosso crescimento. Cheguei à conclusão, leitores, que o ganho de números anteriores a palavra “anos” nos divide. A idade chega e a gente deixa de ser “família”, ou melhor, deixa de ser “apenas família”.

Como isso que eu acabo de escrever é pensamento, muitos de vocês podem não tê-lo entendido, então vou explicá-lo.

Crescemos, e vamos nos tornando indivíduos sociáveis e, nesse desenrolar, surgem os tais conflitos familiares.  Quando bebês a família é nossa sociedade, ela é o nosso melhor amigo. Afinal, não conhecemos ninguém além dela. A família ta ali só pra nos dar amor, mesmo que a única coisa que fazemos e chorar pra mamar e pra limparem nosso bumbum. Vamos pra escola e conhecemos crianças que passam a ser nossos colegas, mas não amigos, pois não temos a capacidade de identificar um amigo. Dessa maneira a família ainda é o nosso amparo, o nosso melhor amigo. A pré-adolescência é confusa, e nela acreditamos ter amigos. Por isso, é nesse período que começamos a nos rebelar contra nosso “porto seguro”.  Mas é na jovialidade que vivemos grandes conflitos, já que encontramos pessoas capazes de ocupar um lugar que antes era só da família. Tanto que alguns amigos são até denominados como irmãos! E mais a frente, na vida adulta, conhecemos alguém que se torna tão da família que o chamamos para construir uma família, e casamos.

E nesse contexto que aqueles que limparam nosso bumbum quando chorávamos vão ficando desconsolados, pensando que a gente os trocou. O que não sabem é que agente os ama com todo o amor do mundo. Só que mudamos, crescemos e passamos a valorizar outras coisas. Mas a todo momento estamos os amando. Estamos pensando como eles reagirão a certas atitudes nossas, e no fundo sabemos que eles são tudo pra nós. Afinal, somos tudo pra eles. Ah, família, custa compreender que a gente cresceu? Parece que sim.

Talvez eu compreenderei essa dor de perda que a família demonstram ter quando meus filhos crescerem também. Mas, sabe, espero que eu ainda possua esse texto nos meus arquivos. Assim poderei me enxergar nos meus filhos e, quem sabe, compreendê-los melhor.

Por: Raissa

terça-feira, 12 de abril de 2011

Direção defensora

Hoje eu fui reprovado, pela segunda vez, na prova prática de direção.

Para o DETRAN de Goiás, é permitida uma pontuação de, no máximo, três pontos.
No meu primeiro exame, errei uma seta na chegada da baliza (3 pontos), e depois, ao final da prova, quando desliguei o carro, esqueci de desligar o limpador de para brisa (1 ponto). Saí de lá indignado. Em minha cabeça eu havia sido avaliado injustamente. O que realmente me reprovou foi o maldito limpador de para brisa. Pense comigo, se eu tivesse feito essa prova numa estação do ano em que não chovesse eu não teria sido avaliado nesse quesito. Mas pensei: sem problema, eu tento mais uma vez, e com certeza eu passo de segunda!

Hoje foi a minha segunda prova. Saí-me pior que a primeira prova. Dessa vez errei duas setas, também na bendita baliza.

Na verdade, já era de se esperar que hoje eu saísse pior. Ao chegar ao local de provas, tive que esperar por volta de 40 minutos para que meu nome fosse chamado. O que contribuiu, largamente, para que o meu nervosismo aumentasse exponencialmente.

O que me grilou hoje foi que de manhã, eu tive uma aula no carro no qual fiz a prova. E nessa aula eu acertei todas as balizas que eu fiz.

Quero dizer, esse exame tem como o objeto mínimo de avaliação a direção. Entendo que o mais avaliado é a capacidade de controle de nervosismo durante a execução do percurso estabelecido por eles. Na hora que a examinadora disse: “você esqueceu de ligar a seta para a direita para sair”, eu já me desestabilizei completamente. Tanto é que instantes depois ela disse: “você deslocou seu carro sem sinalização de novo”. Entendem onde eu quero chegar?

Mas para esse meu problema todo mundo tem a solução. Foi, inclusive, o conselho que mais foi me dado. “Calma, respira, você sabe dirigir, agora é só dirigir do jeito que eles querem”. E quem me diz isso, diz como se fosse humanamente possível ficar tranqüilo naquele exame!

Não sei se sou assim tão anormal. Acho que o comum é ficar uma pilha na hora da prova. Não tem jeito. E penso também que o DETRAN já sabe disso. Acredito também numa conspiração entre as auto-escolas, os professores, e os examinadores. Se cada um cooperar da maneira devida, todos saem lucrando nessa história.

Outro infortúnio é ter que esperar 15 dias para poder fazer a prova de novo. Porque eu tenho certeza que se eu tentasse de novo hoje eu passaria.

Mas, mesmo depressivo com o que aconteceu hoje e indignado com os interesses alheios, resta-me esperar 15 dias alem de pagar mais 140 reais para que eu possa fazer um re-teste.

Por: Daniel

sábado, 9 de abril de 2011

Memória volátil

Praticamente impossível ter um blog e não comentar a respeito do que aconteceu antes de ontem no Rio de Janeiro. Cenas realmente muito tristes. Crianças no seu porto seguro – escola – vítimas de um suposto psicótico com suas “melhores intenções”.

A partir de agora, podemos nos preparar para assistir a 143 entrevistas com psicólogos, psicanalistas, psiquiatras e familiares que tentarão esclarecer à população qual era o verdadeiro problema desse homem. Afinal de contas, merecemos uma explicação.

E, talvez, involuntariamente, esse genocídio se tornará parte do nosso cotidiano durante alguns dias. E de tanto falarmos a respeito acabaremos por deixá-lo cair no abismo dos assuntos triviais.

Triste mesmo é o que aconteceu no Haiti. Lá, o terremoto foi um dos menores males sofridos pela população. Mesmo diante de uma forte repressão política, cultural e social exercida por uma “dinastia”, nós continuamos a acreditar que o que aquele povo sofreu de verdade foi apenas o terremoto. E note que eu disse sofreu. Acreditamos que o que aconteceu já foi. Depois de aquela semana de todos preocupados com o Haiti, arrumamos outro fato que nos desse mais assunto para discussões e que fosse capaz de mascarar os nossos problemas pessoais.

Triste mesmo é o que aconteceu no Rio de Janeiro no começo do ano. Muitas pessoas ficaram desabrigadas e muitas perderam a vida por conta de um deslizamento de terra. Na época que isso aconteceu, todos ficamos preocupados em culpar as devidas pessoas, oferecer os socorros cabíveis e exigir as decisões responsáveis. Mas e agora? Será que o problema dessas pessoas já foi totalmente solucionado?

Triste mesmo  foi o que aconteceu no Japão. Vítimas de um ataque nuclear durante a segunda guerra-mundial e agora vítimas de um acidente nuclear. Triste mesmo foi o tsunami que aconteceu no ano de 2004 na Indonésia.

E a nossa curta trajetória na Terra vem sempre marcada por esses acontecimentos tristes.

Para essa nossa falta de memória eu vejo duas causas. A primeira delas é que temos a necessidade de que o fato se torne um filme para que ele fique na nossa lembrança. Com os exemplos do ataque de 11 de setembro e o documentário Tiros em Columbine. A minha outra hipótese, talvez mais relevante que a primeira é: o que aconteceu foi com o nosso vizinho e não com o nosso familiar. Com certeza para os familiares das vitimas de todas essas tragédias  choram a dor da perda até hoje.

Não nego a atrocidade que aconteceu no Rio. O que eu quero criticar aqui é o alarde que a sociedade e, consequentemente, a mídia dá para o ocorrido. Fazendo com que o assunto se torne, mais uma vez, comum.


Todo o povo sem demora foi lá só para assistir
Um homem que atirava pelas costas”
Faroeste caboclo – Legião Urbana

Por:  Daniel

quarta-feira, 6 de abril de 2011

Um livro livre de preconceitos

Hoje terminei um livro. Ele me mostrou que algumas coisas ditas e pensadas por mim eram envoltas por uma bagagem meio apodrecida, digamos que seja pela obsolescência que essa “bagagem” carrega. O autor Marcos Bagno, em seu livro “Preconceito Lingüístico” abriu minha mente para diversos pre(conceitos) que eu tinha sobre a nossa língua, e, que eu submersa na visão propagada pelas escolas de Ensino Médio, focadas nas aprovações para vestibulares, nem acreditava que os possuía.

O livro me demonstrou que os meus erros gramaticais não são erros. Mas sim uma tentativa de acertar. Já que quando nos equivocamos ao nos expressarmos não temos essa intenção. Com apenas isso o livro já me encantou, pois me possibilitou enxergar uma versão dos meus erros, ou melhor, tentativas de acerto que eu não conhecia. Essa interpretação me fez escrever sem medo de errar, engrandeceu minhas “asas discursivas”.  Bagno fala e prova o quanto em nosso país são propagados mitos sobre a língua. Um exemplo: “Português é muito difícil”. E, além de desmitificar seus leitores, faz questão de mostrar a nós como seriamos mais “íntimos” da língua portuguesa caso não estivéssemos envoltos por esses mitos (os quais eu chamei de bagagem obsoleta).

Na página 138 o autor nos faz a seguinte proposta: “Vamos abandonar, portanto, a idéia (preconceituosa) de que quem escreve ‘tudo errado’ é um ‘ignorante’ da língua. O aprendizado da ortografia se faz pelo contato íntimo e freqüente com textos bem escritos, e não com regras mal elaboradas ou com exercícios pouco esclarecedores. Ao recebermos um texto escrito por alguém (ou ouvir alguém falar), vamos procurar ver, antes de tudo, os detalhes de como ele/ela está se comunicando.”

Marcos Bagno depois de desfazer nossa “bagagem obsoleta” nos concebe a mala para montarmos uma nova bagagem lingüística. Indica e “desindica” autores e nos dá conselhos sobre como começarmos uma mudança no quadro lingüístico brasileiro, que possui um preconceito que começa na sala de aula e chega até a sala de TV.

“Preconceito Lingüístico” foi o primeiro livro indicado pelas professoras do curso de comunicação social-jornalismo da UFG que eu consegui ler e gostar por completo. Por isso, achei que seria interessante indicá-lo ao meu recente público.  Fica a dica!

                                                                                                                                    Por: Raissa

terça-feira, 5 de abril de 2011

Academia

Um sinal de amadurecimento que temos ao entrar na adolescência é a vontade que passamos a ter de ir à academia. Na verdade, não é só vontade. Somos condenados a querer ir à academia. A partir do primeiro dia que vamos lá, se não voltarmos diariamente sofremos as conseqüências! Ficamos “gordos” (300g a mais no peso), ou a pior: ganhamos peso, na consciência.

Em busca do livramento dessas temidas conseqüências, alguns até pagam o semestre de academia adiantado. E, adivinhe, isso não os motiva a irem o semestre inteiro.

Talvez o principal dos motivos que me desanima a ir à academia seja a própria academia. Penso se existe a possibilidade de existir um lugar mais chato, deprimente, opressor que a academia. Lá é um lugar no qual a maioria das pessoas se esforça para não se entreolharem, nos olhos. Enquanto a parte restante das pessoas se esforça para fazer amizades. Será que esses que buscam amizades nunca pensaram que existem lugares mais apropriados para isso. Como a internet, por exemplo??

Sem falar no tipo de musica que toca lá. Temos que ouvir diariamente o mesmo cd de “pop/dance/Techno/brega/rock” (mixado). Com um detalhe: o volume alto! Não consigo fugir nem com os meus fones de ouvido.

Agora, eu tenho que sair desse pc, e ir para lá. Gastar perto de duas horas do meu dia em busca do corpo perfeito. O que me conforta é saber que nunca o atingirei. Portanto, condenado estou eternamente.

Por: Daniel